Ne me laisse pas l'aimer

A dúvida é o massacre do espírito.

Escolher entre o sofrimento digno ou o sonho esporádico é uma prova de que somos mais frágeis do que precisaríamos ser.

Quem não tem medo da entrega carrega o arquétipo do herói, porque sustenta no amago a agressividade dos furacões internos, suporta a assombração da bruxa, resiste ao medo do monstro e agradece a dádiva do amor.

Mesmo que o amor seja um louco, love, love, love, crazy love.

Desejos

Desejo paciência para esperar a hora certa das coisas e criar a paz como um castelinho na areia: molda, desmancha, bate, molha, esbarra, desfaz... mas um dia é paz.

Desejo não me enganar com evidências. Evidências são sinceridades que põe termo aos nossos milagres, pequenos milagres, como sentimentos bons que nascem intrusos e queremos prender pra sempre porque são nossos.

Desejo um livro nostálgico, pra combinar com os nós da garganta, só assim a gente compara as sensações, as que foram boas, as que nos fazem fortes.

Desejo que o diferente de cada dia seja a nova rotina para que a rotina seja bem vinda pelos espíritos livres.

Desejo jurar felicidade em mim, jurar com convicção e dormir com a sensação de dever cumprido.

Desejo arquivar as emoções, guardar sensações e ser capaz de avaliar o impacto de cada uma sobre meu corpo, e depois, agradecer por cada lição.

Desejo fantasiar como criança, imaginar que cada lágrima é de ouro e todas juntas formarão minha espada.

Desejo ser mais de mim, mas nunca a mesma.

Desejo transformação.

Tão sem alma...

Humanos, tão superiores porque são dotados de "alma".

Tão cheios de sentimentalismo e responsáveis pela criação do respeito.

Humanos com grandes almas não se importam em "fútilizar" relações importantes, sensações importantes, ações importantes.

É extremamente conflitante a relação entre alma e instinto, principalmente porque iniciou-se a catástrofe da educação moral.
Pessoas são tão sem alma vivendo a era da hipocrisia desmoralizante.
Quase cai.